sábado, fevereiro 05, 2005

O POEMA

Há uns tempos a esta parte que ando a lutar comigo próprio, para vos deixar aqui (ou não) um poema. Mas claro que não se trata de um qualquer poema; este, seria no mínimo e na minha modesta opinião, um poema que arrancaria palavras elogiosas, embora contidas (porque não havia mesmo mais nada a fazer), daqueles que fazem do seu blog "um sítio de poemar"; dos outros, adeptos confessos e apenas, da prosa, acredito que o espanto encantatório ao ler tal pérola, seria o mais comum. Dos ainda outros que não têm blogs de qualquer espécie, que deixam comments cheios de erros ortográficos, estariam em crer estar, na presença de um futuro Prémio Nobel...Comentários como "...sim, é muito bom, mas que se cuide que esta carreira está cheia de escolhos...", ou "é um predestinado para as letras, vai ter um belo percurso!" e "é o maiore pueta portuguêz do mumento!!", seriam habituais neste espaço.

Escrever o post de hoje a uma hora pouco habitual e em pleno fim de semana, foi o que me levou a quebrar as últimas resistências e a decidir publicar esse poema. Porque vão ter "todo o tempo do mundo" para saborear as letras, degustar as frases e lamber os dedos de genuino prazer literário. Deixem tudo o que estão a fazer, cheguem aqui e leiam-me; e depois digam-me se isto não é qualquer coisa!!


argúcia

porque sou tão absolutamente arguto?
interrogo-me sem esperar pela resposta,
que o que se expele deste genial cocuruto,
não é matéria que se ponha assim à mostra.
questionar-me não é mais que uma rotina;
é como untar a frigideira com margarina,
é sobretudo dar o dito por não dito,
e consciente, mandar fritar o piriquito!

...as batatas fritas demoram muito?!

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