quarta-feira, janeiro 12, 2005

TRANSPORTES COLECTIVOS

CARRIS: Do Sorriso Amarelo ao Esgar Laranja.

A Administração da Companhia Carris, empresa de transportes colectivos que opera na cidade de Lisboa, resolveu implementar um moderno método de relacionamento com os seus trabalhadores que "ficaram sem serviço" após a última "reestruturação" da empresa em que o Estado é o maior accionista. Pressionados a rescindir contrato, cerca de trinta trabalhadores (dos menos qualificados herárquicamente, passando por quadros técnicos a responsáveis de serviço) são obrigados a cumprir o horário de trabalho normal, colocados em salas inóspitas, olhando uns para os outros, porque nada têm para fazer.
É sociológicamente interessante esta forma "humanista" de resolver a cessação laboral de pessoas que deram anos de vida a esta empresa e agora são tratadas "carinhosamente" por quem decide os montantes de indemnizações -porque é aqui que reside o busilis da questão e há que apertar o cinto nestes casos de "menor importância" para que não deminuam as mordomias de quem "governa". Decerto que estes esfregam as mãos de contentamento quando, muitos meses depois de provação psicológica um ou mais trabalhadores tomem a inicitaiva de rescindir; o resultado económico em seu desfavor está à vista...
O "modelo" além de ilegal, revela em que conta são tomadas as pessoas que decidem trabalhar por conta de outrém neste país eternamente adiado.
Notícias recentes, informam que a Inspecção Geral de Trabalho, alertada para este facto, está a companhar a situação e inclusivamente visitou as instalações onde estes trabalhadores se encontram. Espero, eu que ainda acredito nas instituições, que este processo siga para a frente, não fique no esquecimento, que os trabalhadores sejam ressarcidos de eventuais danos causados e que seja mostrado um cartão vermelho à administração da CARRIS por comportamento ilegal e indecoroso neste processo. Os sindicatos têm aqui, trabalho importante a desenvolver.


O Tejo Sem Barcos

Nas vésperas de Natal e de Ano Novo, a Transtejo "avisou" os seus utentes que os últimos barcos a cruzarem o rio, Cacilhas-Cais do Sodré e Cais do Sodré- Cacilhas, teriam partidas dos respectivos cais até às 22 horas desses mesmos dias. O tráfego seria reposto normalmente nos dias feriados seguintes.
A Transtejo tem vindo a anunciar nos últimos tempos que o volume de passageiros tem vindo a diminuir. Que a Ponte e o combóio terão "roubado" a esta empresa os níveis a que se habituou.
Não percebo onde pretende chegar a Transtejo, quando nos citados dias, FECHA o caminho fluvial entre as duas margens a tais horas não permitindo que quem quisesse visitar familiares "do outro lado" e regressar umas horas depois, não o pudesse fazer nesses dias e por essa via. Porque o número de passageiros não é rentável? Porque os trabalhadores têm direito a gozar o Natal e o Ano Novo com os seus familiares?
À primeira interrogação respondo eu próprio; a rentabilidade de quase todas as empresas de transporte colectivo, anda "pelas ruas, estradas e rios da amargura"; nesse caso, quase nenhuma operaria. Sobre os direitos dos trabalhadores, se assim "tem de ser", então que se encerrem de todo, os hospitais, quartéis, aeroportos, bombeiros, esquadras de polícia e tantos outros estabelecimentos de primeira necessidade, nesses dias. E já agora porque não, também aos fins de semana, dias feriados e...no mês de Agosto?!
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