segunda-feira, março 14, 2005

NATURA

As tuas pernas
são árvores tão perfeitas!
tão calorosas e cúmplices
quando te deitas
que estremeço e as canto
curva-a-curva
de espanto em espanto
enquanto comovido as acaricio.
mas a breve trecho
deixam de ser troncos ramos folhas
(e eu feliz, deixo!)
são as águas mansas de um rio
desaguadas em turpor
num golfo de prazeres inusitados
e sempre sempre renovados.

quando te ergues
já não são apenas árvores
as tuas pernas...

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Não fosse o respeito que me merecem os meus amigos que por aqui fazem o favor de passar e hoje decididamente não escreveria a habitual nota de roda-pé, neste blog. Na verdade, o Poeta (?!) Bertus, desta vez excedeu-se e de que maneira! Ironiza da forma mais soez, os graciosos membros inferiores femininos, designando-os de árvores!! , denotando deste modo a possibilidade de estar gravemente afectado por doença do fôro psíquico. Imagine-se que chega ao cúmulo de comparar as pernas de uma mulher a "troncos"!! atingindo assim as mulheres em geral e a minha mulher em particular.

Sabem os meus amigos mais antigos, que a minha-mais-que-tudo , por via de um terrível e lamentável acidente num talho em Almada, perdeu a perna esquerda. Irredutível, exigiu que a usar uma prótese, ela seria de madeira de carvalho...Crendices...que lhe valeram por parte da vizinhança mais cruel, o apodo da "mulher da perna de pau". Conhecedor do facto e à falta de outro "material" para os seus poemas(?!) Bertus não se coibe de escrever sobre a desgraça alheia.

Mas não fica por aqui. Num passe de mágica, digno de um ilusionista de circo de aldeia, "transforma as árvores-pernas" em rios...E porque não, um braço-ribeiro, um pé-lago ou uma mão-canal??. Só me apetece escrever: ó Bertus, vá lá gozar o Camões...perdôe-me o poeta (este sim!) o desabafo.

Porquinho da India.
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