segunda-feira, março 28, 2005

O PERIGO de SONHAR ADORMECIDA.

Olho-te tímida
estupidamente receosa e de revés;
na garganta forma-se um nó
que impede qualquer palavra de saltar.
tão pouco sei onde colocar os pés
e de mim mesma tenho dó.
que esperas tu para me beijar?
se dizes gostar de mim perdidamente...
és o primeiro a sussurrar tal ao meu ouvido
que o meu corpo tão lânguido e dolente
aguarda o teu contacto embevecido.
mas...onde estás tu meu doce apaixonado?!

ah! maldito despertador estuporado
que me roubaste o meu único enamorado!


Deodato Salema.

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Imaginava eu que o poeta(?!)-Bertus, guloso como é reconhecido por tudo o que é sítio, ainda por esta altura estivesse a trincar amêndoas e que uma folga (merecida), me seria concedida. Que ingénuo que sou!, que parvo não deixo de ser, por acreditar que há milagres deste género!
Pois então não é que o sujeito é esperto como eu não calculava? e já a tinha fisgada; quando ele não pudesse estar presente arranjava um gajo ainda mais demente!!

Poisestáclaro! este Deodato (nome que só pode ser de postal ilustrado daqueles do tempo da "primeira grande guerra" com dois "pombinhos" de olhos tortos a prometerem juras de amor eternas), está aqui de pedra e cal para "saltar do banco" e me fazer a cabeça em água. No entanto, se não fica a dever nada em parvoeira poética ao "outro", admito que até o ultrapassa: nesta primeira aparição criativa(?!)-melosa, rima no feminino (o que pode ser indício de qualquer desvio...) e afirma que "sonha adormecida"! Que os deuses lhe perdoem...que eu não sou capaz...

Porquinho da India.
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