quarta-feira, maio 18, 2005

TÃO VAGO de TI

- Não se importa que me sente à sua mesa? Não; antes de dizer que não, que não me conhece de lado algum, deixe-me explicar-lhe o porquê deste pedido e verá que há um motivo; um motivo forte, asseguro-lhe.
- Bem. Já se sentou e aguardo com alguma curiosidade o seu argumento para esta inopinada situação.
- Obrigado por me deixar esclarecer...a minha dúvida. Porque é disso que se trata; estava ali, próximo do balcão e quando a vi aqui sentada, disse logo para comigo: "conheço aquela jovem!...mas de onde?!". A sua cara é-me familiar, mas não me recordo de onde ou como a conheci...Todos os esforços mentais não produziram qualquer resultado, daí que...
- Vejamos; você até tem bom aspecto. Não o classificaria como o tipo que se socorre de estratégia tão gasta para meter conversa, mas a verdade é que o discurso aponta para aí. Seja mais explícito ou desande, certo?
- Sei que é dificil acreditar. É verdade; você é muito bonita. Mas a minha aproximação deve-se apenas a pretender saber quem é e em que circunstância a conheci. E é coisa recente...o que ainda me baralha mais. Espere!! Penso que já lá cheguei! Esse jornal é seu?
- Sim. É a edição de sábado passado, mas tem aqui um artigo que ainda não li e...
- Óptimo! É precisamente esse! Abra o jornal na página doze...ou treze...essa aí...e leia-me a notícia da coluna da esquerda.
- "Mulher pára automóvel no tabuleiro da Ponte 25 de Abril e atira-se ao Tejo"...
- E a foto em baixo? Você tem alguma irmã gémea ou...
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- O que é que o senhor deseja tomar?
- Ah sim! Um café; bem cheio. E aqui para a minha amiga...
- Para a sua amiga?! qual sua amiga? Ouça cá: você não acha que já tem idade para ter juízo?! Olhe que estou a trabalhar e não gosto de ser gozado, ouviu?!
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