DA VIDA para ALÉM da MORTE (3)
Espero que se encontrem bem de saúde "aí por baixo" que eu "cá" vou andando às voltas com os meus amigos defuntos animados e prezenteiros e com um ditado na boca que por "aqui" se usa por tudo e por nada: "a morte é apenas o fim da vida; que o início do nada, começa agora!". Ainda não consegui decifrar em pleno o significado de tal frase porque o tempo "aqui" é escasso para conseguir ver e apreender tudo o que se vai desenrolando à minha volta e que não deixa de ser surpreendente ("um admirável mundo novo" como diria Aldous H.e que ainda não tive o prazer de encontrar por "aqui"...). Mas retomemos o fio à meada.
"Aqui" não se trabalha, nem o verbo consta em qualquer gramática local. É assim, o local ideal para muita gente que conheço, mas que não abdica de...estar vivo.Assim sendo não existe a figura de administrador ou de patrão. Nem tão pouco sindicatos, manifs, greves e afins relacionados com o labor de cada um; "aqui" não se gastam os neurónios nem se transpira por via do exercício laboral. Também não há fins-de-semana, feriados ou férias. De férias estamos sempre e o tempo está por nossa conta. O tempo é sobretudo utilizado para comunicar. A converseta é o grande passatempo do pessoal. Quem chegar "aqui" e não seja amigo de dar à língua, passa por uma estação de reciclagem e sái de lá a falar pelos cotovelos.Até os mudos...
O problema da habitação também não se coloca no "além". Os mortos não dormem, não comem, não defecam, nem têm problemas com a continuação da espécie...o que resolve milhentas situações económicas e ambientais; limitam-se a andar e a falar, o que já não é nada mau para a sua condição de defuntos. Não existe por isso privacidade (aí "em baixo" normalmente defendida por quatro paredes para os mais pobrezinhos e duplexs para os mais abastados) e ninguém se chateia com isso pois nada se faz ou diz de inconveniente ou incómodo para os olhos e ouvidos de outrém. Ah! e outra coisa não menos importante: por "aqui" anda tudo nú; sem vergonhas ou complexos. O corpo (a matéria) deixou de ter qualquer importância ou sentido. E com esta "parte" é que eu embirro!...por isso quero ver se apanho uma oportunidade e me raspo o mais rápido possível, para o vosso convívio. Bom fim de semana e intés!!
"Aqui" não se trabalha, nem o verbo consta em qualquer gramática local. É assim, o local ideal para muita gente que conheço, mas que não abdica de...estar vivo.Assim sendo não existe a figura de administrador ou de patrão. Nem tão pouco sindicatos, manifs, greves e afins relacionados com o labor de cada um; "aqui" não se gastam os neurónios nem se transpira por via do exercício laboral. Também não há fins-de-semana, feriados ou férias. De férias estamos sempre e o tempo está por nossa conta. O tempo é sobretudo utilizado para comunicar. A converseta é o grande passatempo do pessoal. Quem chegar "aqui" e não seja amigo de dar à língua, passa por uma estação de reciclagem e sái de lá a falar pelos cotovelos.Até os mudos...
O problema da habitação também não se coloca no "além". Os mortos não dormem, não comem, não defecam, nem têm problemas com a continuação da espécie...o que resolve milhentas situações económicas e ambientais; limitam-se a andar e a falar, o que já não é nada mau para a sua condição de defuntos. Não existe por isso privacidade (aí "em baixo" normalmente defendida por quatro paredes para os mais pobrezinhos e duplexs para os mais abastados) e ninguém se chateia com isso pois nada se faz ou diz de inconveniente ou incómodo para os olhos e ouvidos de outrém. Ah! e outra coisa não menos importante: por "aqui" anda tudo nú; sem vergonhas ou complexos. O corpo (a matéria) deixou de ter qualquer importância ou sentido. E com esta "parte" é que eu embirro!...por isso quero ver se apanho uma oportunidade e me raspo o mais rápido possível, para o vosso convívio. Bom fim de semana e intés!!
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