quarta-feira, outubro 20, 2004

VIAGENS em REDOR de TI (2)

Já era para te ter telefonado ou enviado um e-mail, mas o tempo tem escasseado tanto nos últimos dias que não chega para nada. Mas hoje tinha de ser!, que não suporto tamanho silêncio que maior se torna devido à distância que nos separa. Eu sei que esta viagem não te agradou; que a nossa relação pode mesmo sair ferida (e sei lá com que gravidade...), se não fizermos da força de vontade, apoiada em tudo aquilo que nos une, a bandeira da nossa união. Mas para além de tudo o mais, devo-te uma explicação que o tempo (sempre o incontornável tempo...) não permitiu, que a azáfama do fazer das malas não deixou, que a surpresa do convite (em cima da hora) que me fizeram, impossibilitou.
Sim, eu entendo-te. Temos opiniões e modos de estar diversos sobre o nosso comportamento social. Tu és o leito do rio : calma , sossegada e ciosa da tua privacidade. Detestas que te chamem em voz alta na rua; de falar em público, foges como o diabo da cruz; dificilmente estarias disponível para autografares o teu nome à saida de um cinema ou de seres assediada pela comunicação social para dares uma opinião sobre o primeiro ministro. Porque detestarias ser uma figura pública...
Ao contrário, eu sou uma queda de água: sempre pronto a "cair em banhos de multidão", ávido de visibilidade, a necessitar sempre de notariedade, a falar pelo cotovelos e a opinar sobre qualquer assunto. Por isso aceitei a proposta que me fizeram sem pensar mais no assunto embora reconheça que o bom senso, a inteligência e algum recato me aconselhassem a recusar; que só aceita tal convite quem não está de cabeça limpa.Mas sou assim, que se há-de fazer? Somos diferentes e nessa diferença é sustentado o nosso amor.Espero que comprendas e me perdoes a ausência.

O sempre teu Pavarotti.

NOTA: a Júlia Pinheiro é uma gaja porreira; não tenhas ciúmes dela.

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