segunda-feira, novembro 15, 2004

NAVEGAR

Se bem me recordo, em meados deste ano escrevi quaquer coisa sobre uma viagem por mar. Já não me recordo exactamente qual o pretexto ou fundamentos -nem pretendo voltar atrás no tempo para lembrar o que já passou-, mas a verdade é que senti de novo a necessidade de contacto com a imensidão dos oceanos, a vastidão líquida que cíclicamente assalta a mente lusa (não pensamos só no tintól, qué que pensam!) quem sabe se por via dos notáveis feitos de quinhentos; é assim a modos como que um chamamento. Sem pretender ironizar com a desgraça alheia e ao contrário do que se afirma, a maior parte dos afogamentos nas práias portuguesas, deve-se à tal "chamada" e lá vai um cidadão atrás "daquilo"... que nem pára no Samouco!; vai dar ao Índico a maior parte das vezes arrastado pelas correntes...Culpam-se as sereias de tais actos tresloucados; não concordo, pois tive oportunidade de falar com uma delas (sereia) a época balnear passada que me relatou e confirmou que já viu passar por ela alguns portugueses, nadando velozmente e nem um olhar para o seu rabinho...Isto no que toca aos machos e que a deixa bastante confundida. Já as mulheres aspirantes a afogadas por vezes perguntam-lhe se vão no caminho certo...para nenhures. Mas...lá estou eu a afastar-me do assunto que era o da...de que é que eu estava a falar?!...Ah! das viagens de barco, pois...

Portanto, penso estar na altura certa e propícia para me "fazer à água". Nem preciso de um daqueles monstros enormes, quais cidades ambulantes, com piscinas e cinemas, centros comerciais e espectáculos musicais; ou de um iate luxuoso para sentir a brisa fresca e revigorante da àgua e os cardumes de peixes saltadores a passarem-me rente ao nariz e o azul marinho imenso a impelir-me sempre em frente, dedo apontado na direcção da proa, arrostando com tempestades assustadoras ou a monotonia do mar-chão, qual Eanes, Gama ou Perestrelo, oferecendo "novos mundos ao mundo". Basta-me apenas embarcar aqui, deste lado, no cacilheiro e ir até ao Cais do Sodré para assim aplacar a minha sede de aventura marítima. Amanhã faço isso, garanto! Intés!!
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