segunda-feira, dezembro 06, 2004

DEZEMBRO

E se eu deixasse correr os dedos pelo teclado, me despojasse de mim e fosse por aí fora escrevendo sobre este mês que não sendo diferente de todos os outros em termos temporais, mais dia menos dia, mais frio que quente, mais chuvoso que seco (que por acaso?! a pluviosidade ainda não se fez sentir nem pouco mais ou menos, mas hoje é tão somente o sexto dia, esperemos pela pancada...), mais último que os primeiros do ano (de mais um ano...), mais mês que os outros meses apenas porque anuncia o virar da página anual do calendário (e os outros meses não reclamam também a passagem do tempo... mensal?!, que o ano não se poderia "fazer" sem a soma de todos os outros meses). Chegados aqui já entenderam que apenas os meus dedos tomaram conta da escrita, que já não tenho nada a ver com o que aqui fica debitado e que eles (os dedos) procuram determinados mas com grande dificuldade, a procurar indícios que lhes permitam afirmar que Dezembro é de facto um mês " muito diferente" de todos os outros.

O dedo indicador esquerdo (aquele que mais trabalha nestas lides...) fez um imperceptível sinal aos seus colegas que façam uma pausa para ganhar fôlego e arrumar ideias. Nota-se á distância que estão confusos e perdidos. Que lhes falta um orientador técnico, a mente criativa, é notório. O anelar passa-me o dedo pela cana do nariz levemente e por diversas vezes, tique que lhe tenho permitido mas com algumas restrições...mas que é sinal de cansaço evidente. O polegar direito sugere que se faça uma incursão à biblioteca mais próxima e se pesquisem factos históricos. O mínimo esquerdo, irónico e gozão, aproveita para opinar que na Torre do Tombo é que reside a solução do problema. O dedo médio direito afirma convicto que o desnorte só acontece porque o Presidente se lembrou de dissolver o Parlamento sem razão para tal, não demorando a resposta enérgica do médio esquerdo, furioso, que a este governo nem se devia ter dado posse!

CALEM-SE!!, berro eu, farto de tanta palermice e culpando-me por lhes ter dado rédea solta. Onde já se viu permitir que aos dedos seja concedida liberdade de escrita?! Não devia estar no meu perfeito juizo...Bom. Lá mais para a frente, que Dezembro ainda agora é uma criança, acrescentarei mais alguma coisa ao assunto. Mas...que assunto?!. Ah! sim, se este mês é assim tão diferente dos outros e porquê. Até lá, que não me doa a cabeça.
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