sexta-feira, dezembro 03, 2004

HÁ DIAS ASSIM...

Outra vez e sem razão aparente, hoje -embora o dia ainda agora vá no princípio- sinto-me muito bem, fisica e mentalmente. Tomei o pequeno almoço com a minha mulher no café do costume, o Mendes que é um trombudo do caraças, sempre a chorar-se que o negócio cada vez está pior, até fez um esgar a imitar um sorriso imagine-se! e o Silvério da Caixa que-agora-não-é-dos-depósitos mas apenas A Caixa, que naquelas conversas rápidas de café está sempre de lingua afiada contra tudo e contra todos anunciou-nos que finalmente fez as pazes com os cinco irmãos (por via de umas partilhas daquelas em que as famílias se aniquilam dúzias de vezes e como quaisquer bons gatos-de-sete-vidas que se prezem, voltam sempre ao "princípio da discussão" sem qualquer arranhão...) e que está tudo bem encaminhado e vão almoçar todos no domingo; enfim, o homem respirava boa disposição por todos os poros. Despedi-me da Isaura com um beijo afectuoso de gente bem casada e cada um seguiu o seu caminho ao encontro das respectivas ocupações. O Victor do quiosque passou-me para a mão o jornal com um sorridente "que o dia lhe corra bem, senhor Gomes". Hoje o carro, ao contrário de ontem, arrancou de imediato e atravessei a ponte em tempo recorde, sem filas, sem toques e sem palavrões. Lisboa estava com um sol radioso e à entrada da Companhia encontrei o Guilherme Leite um dos administradores (um sacaninha da pior espécie) com quem mantenho um contencioso profissional há largo tempo e que procuro evitar fora das reuniões obrigatórias. Deu-me uma palmada amigável nas costas!! e convidou-me para um café, que "precisávamos de pôr a conversa em dia, e como estava a Isaura, se os estudos dos rapazes iam bem...", eu nem acreditava no que ouvia, que o raio do homem quando ouvia as minhas análises técnicas parecia querer fulminar-me...E enquanto entrávamos, o céu azul sem nuvens "enchia" a cidade de luz.

Ouvi "muito longe" o despertador. E a voz da Isaura que "Tu hoje estás a atrasadíssimo, homem! Sempre quero ver a que horas vamos sair de casa; olha que se não te levantas eu sáio de imediato!". Já calculava. Estava a achar demasiada fartura! Olhei pela janela e pisquei os olhos; olha! há mesmo sol! querem ver que vamos ter mesmo uma bela sexta-feira?!
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