quarta-feira, setembro 29, 2004

O DESCANSO

É do domínio geral (se não é, passam a saber) que preciso muito de descansar. Aliás, cada vez preciso mais de repousar. Não, não se aflijam (os que por ventura se quiserem preocupar com a minha saúde...), que esta necessidade de repouso não se prende com alguma maleita de que sofra, que essas trato-as com umas visitas ao médico e medicação a propósito, mas com problemas do foro espiritual, digamos assim para abreviar. Alguns de vós já estavam a calcular que vos iria falar de "problemas mentais". Nem pouco mais ou menos; assumo uma determinada loucura, mas não sou parvo a ponto de me considerar tarado: maluco, no mínimo dos mínimos, isso sim. Sabem decerto que a fronteira entre a maluquice e a taradice é ínfima e necessitamos de grande equilibrio emocional para não a ultrapassarmos por dá cá aquela palha apesar de não nos exigirem visto ou passaporte para tal.

Vocês dirão, após esta curta introdução, que "todos os portugueses precisam de descansar, olha que gaita! Será que ele tem a mania que é mais que nós? que tem um estatuto especial?". Responderei que sim ...e que não (esta aprendi já vai para muitos anos com a classe politica...); que sim , porque o esforço mirabolante que dispendo para colocar aqui com regularidade um texto de farta qualidade e rico em criatividade devia ter uma recompensa digamos que honorífica -já nem falo em euros, raios! mas com os diabos, pelo menos no dia de Portugal, uma Comenda ou uma medalha de bons serviços!, que outros as levam não merecendo tanto...Ora se tal não acontece, pelo menos que me seja dada a oportunidade de descansar o mais possível! Que não, porque reconhecendo em vós a paxorra de me lerdes, de me aturarem os dislates e parvoeiras, só posso estar do vosso lado...que é como quem diz, sou da mesma massa que vós sois feitos. Daí se infere que também preciso de descansar...como vós todos.

Assim, preciso de descanso em...duplicado, como entendereis, ou não, que de qualquer das formas, vou descansar. Intés!!

segunda-feira, setembro 27, 2004

AINDA á RODA do TEMPO que FAZ

Já há uns anos a esta parte que não me lembro de entrar quase pelo Outubro adentro com um tempo a imitar a estação que já se finou (Verão), com temperaturas que nos chamam para a beira de água, vestirmos o mais à vontade possível e fazermos da vida uma festa porque o tempo de férias é praticamente escolhido pela maioria para essa estação...aqueles que podem fazer da vida uma festa e ter férias decentes, acrescento eu, que para uma grande fatia dos portugueses a bolsa as mais das vezes não chega para o dia-a-dia...

Quer-me cá parecer que os nossos desgovernantes fizeram um pacto com S. Pedro: se os portugueses já não andam nada satisfeitos com a situação económica do país (e a sua...)pior ainda ficam se lhes abate na tola uma chuvada valente ou lhes entra nos ossos um frio de criar bicho. Vai daí o da Pasta do Ambiente reuniu com manda-chuva lá "de cima" e propôs-lhe umas tréguas temporais...até ser possível. Pelos vistos o acordo está a resultar pois que tenho ouvido os meus compatriotas refilarem mas com um sorrisosinho nos olhos...

Se esta politica de acordos entre o céu e a terra vai para a frente, não há décimo terceiro mês para ninguém...mas vamos todos para a práia em Dezembro! Intés!!

sexta-feira, setembro 24, 2004

A PROPÓSITO da ESTAÇÃO do OUTONO

O Outono
não me tira o sono
e o Inverno
também não;
da Primavera
nunca estou à espera
e muito menos do Verão.

Lamentavel
não existirem outras
estações, não é?
uma por cada mês, não mais.
O tempo assim era mais rápido:
como entrar no combóio
no Cais do Sodré
e só sair em Cascais.


NOTA: Confesso autor deste poema algo complexo, devo aos leitores que por aqui passem algumas explicações adicionais também elas talvez mais complexas ainda que o próprio poema. Na verdade, por razões que para aqui não são chamadas, nunca edito poemas à sexta-feira; aliás, raramente edito poemas, mas às sextas feiras jamais! Quebrei esta metedologia também por razões de foro estritamente pessoais e que por esse motivo não as clarifico aqui. O tema do poema é de resto o ponto de partida para que se adense o mistério daquilo que mais gosto (ou detesto): se de estações de combóio ou das quatro estações do ano.
Com esta nota penso ter (na medida do possível) explicitado claramente os meus pontos de vista sem que para tal tenha sido necessário socorrer-me de um oftalmologista meu amigo. Inté!

quinta-feira, setembro 23, 2004

A VIAGEM DE REGRESSO

Vinha no avião e a cogitar: e se esta merda se despenca? Um gajo cai lá em baixo e nem o Rolex que este português que viaja a meu lado, usa com tanto desvelo (sempre de punho esticado para se ver bem a máquina...) se aproveita...A dentadura da velha que há bocado tocou três vezes para a hospedeira lhe trazer um copo de água ( e pediu de maus modos num inglês-de-hotel-francês) se não se derreter pelo fogo, vai aparecer a cinquenta quilómetros de distância. O passageiro do lugar à minha frente, nunca mais se preocupará em pintar o cabelo num tom castanho-avermelhado que lhe subtrái cinco anos à idade e lhe aumenta em dez o ar de palhaço-pobre-de-espirito. A rapariga morena que viaja no lugar a seguir ao do português do Rolex e que não tem, desde o inicio da viagem, deixado de contestar (e de forma bem audível e truculenta) tudo o que o seu namorado, noivo ou marido, diz, não mais terá de escolher as palavras certas da sua verborreia a denotar doença do foro cabeçal. Eu não terei hipótese alguma de escrever nem um post de despedida.

O avião chegou à Portela sem se despencar. Alguns passageiros portugueses bateram palmas talvez por isso mesmo. O motorista de táxi quando lhe disse que a direcção era Almada só não me convidou a sair do carro porque lhe fiz cara de poucos amigos. Vim de um país onde chovia a potes; aqui faz sol e calor. A fila a caminho da Ponte é imensa mas no pára-arranca descortinam-se sorrisos de confiança (menos nos carros com simbologia sportinguista). Que bom é chegar a este país, inteiro! E ao vosso convívio...Inté!

domingo, setembro 05, 2004

Inauguração

Sem pompa nem circunstância nem a presença de qualquer ministro ou secretário de estado, que não sou dado a tais salamaleques, declaro inaugurado este blog, nado e criado noutro servidor mas que circunstâncias de variada ordem me obrigam a deixar sem lágrimas nem pesares.
Esta mudança não significa qualquer transformação na forma ou conteúdo de uma escrita clara e límpida como as águas de qualquer rio português que se preze, politica e democraticamente correcta pretendendo pelo menos igualar nessas vertentes os nossos honrados homens do parlamento qualquer que seja a sua côr partidária e, finalmente, risonha, alegre e bem disposta, fazendo jus a um povo também ele dado à brincadeira que outra coisa não se entenderia, dado o bom momento que as finanças lusas atravessam...
Sem outro assunto de momento, desejo a TODOS um óptimo fim de semana (com o sábado já quase rapado) e...Inté!!!
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