segunda-feira, novembro 29, 2004

SEM TÍTULO

Um comentário de uma amiga aqui neste blog, mereceu-me largos momentos de reflexão (actividade mental a que não sou demasiado dado porque me tende a desgastar o intelecto -o tal pedaço de mim que muito prezo e por isso o uso sem abusar e sabendo eu, ainda para mais, que se aproxima a época natalícia, dada a enormes desvarios de consumo, maiores cuidados devo ter para não cair em tentações tais e... o mais avisado é fechar este enorme parentesis para que nem eu, nem quem me lê, se perca em percursos economicistas que não são para aqui chamados), dizia eu que o comentário dessa amiga me mereceu largos momentos de reflexão (achei por bem repetir e assim já ninguém se perde...). Porquê?, perguntarão os meus estimados amigos e amigas já fartos de tanto palavreado e sem acharem piada nenhuma ao início deste artigo...sem miolo...Devo confessar-lhes (sabem todos da minha honestidade de processos e franqueza de trato connvosco que nunca vos mentiria...) que, quando iniciei estas linhas, se me varreu da memória o que a minha amiga comentou e foi o cabo dos trabalhos para "lá chegar"!...mas cheguei, enfim!

O que a minha amiga comentou foi que "já não estava ali para as curvas". Interpretei logo ali -e mais a seguir apoiado pelo resto da frase-, que já não era criança nenhuma, que já tinha passado a idade das paixões assolapadas, que tinha chegado à idade das "sopas e descanso", que sim senhor gosta de amar pessoas e coisas mas que já não "corre a foguetes" para se envolver por " dá lá aquela palha", nem tão pouco "endoidar", como diz outra amiga minha...E reflecti, questionando-me...por via de tal afirmação; será que existe mesmo uma "idade da razão"? que essa razão nos coarta a possibilidade de vivermos segundo padrões que usámos (e gostámos!) enquanto mais novos? que a partir de um determinado estádio da vida, preenchemos e assinamos, numa qualquer repartição pública, o documento que nos transformará em "respeitável cidadão" que usará da máxima compostura cívica, fará bom uso (sem abusar)do siso e do sorriso? que ...CHEGA! Que nem me atrevo a colocar mais perguntas, não vá tal listagem ter efeitos epidémicos. Mas sempre vou acrescentando: se "as coisas" estão assim nesse pé, nunca mais quero aniversariar. Fico-me por aqui; sempre.

NOTA: Claro que a minha amiga não "quis dizer nada disto". Mas é preciso recriar para que a monotonia não se instale definitivamente entre nós.

sexta-feira, novembro 26, 2004

ENCONTRO

O edifício amarelo é aquele e o café, onde é que pára o café? como é que ela disse que se chamava o café?, raios, que cabeça esta! e ainda por cima não tomo nota das coisas...O que é que me custava escrever?! Ah! deve ser aquele: "O Seu Café" (arranjam cada nome para estes estabelecimentos; se o dono quis dizer que o "café é do cliente", o cliente ao ler só pode imaginar que o café é do proprietário...Bom. É um café igual a tantos outros, de bairro. O melhor é entrar e sentar que ela sugeriu as dez horas, eu assentei que estava óptimo, faltam dois ou três minutos e sabendo como são as senhoras nestas coisas decerto que vou ter tempo de ver as gordas do jornal...uhm, isto aqui dentro está um bocado pró escuro, o tempo também não ajuda que depois de tantos dias de sol, hoje esta nebelina quase que esconde as ruas da cidade e o interior deste café. Da meia dúzia de mesas, apenas uma está ocupada por um velhote que olha como que hipnotizado para um copo vazio que deve ter sido de um galão. Sentei-me e aos meus "bons-dias!" nem o velho nem o homem que está ao balcão e de quem apenas descortinei a calva me responderam; isto já não é nada de como era dantes que nem à saudação se responde...

São nove e quarenta. E vão duas bicas e depois de ler que Carlos Cruz foi vaiado pela multidão à saida do tribunal (os ódios e paixões que se tecem em volta das figuras públicas continuam a surpreender-me...) já estou nas notícias do desporto. O Sporting e o Benfica ganharam. Ora bem!, daqui pode o povo dormir descansado que os dois rivais fizeram a sua obrigação...internacional. E ela? Afinal se mora aqui tão próximo não seria para se demorar tanto...Pode ter acontecido algum precalço e como decidimos que não havia telefones -fixos ou móveis-, nesta aproximação, não posso adivinhar, não é? Mas que é estranho, é. Mas se ela me disse que frequentava este café com regularidade, o homem calvo e que não responde aos bons dias deve saber de quem se trata...pelo nome e por alguns dados que ela me deu. O melhor é perguntar que o tempo vai passando e nada. Desculpe, começo eu, por acaso conhece uma menina de nome Paula, cabelo preto, que diz que costuma vir aqui ao café e que mora no cinquenta e dois? Sem lenvantar os olhos das chávenas que ia lavando por detrás do balcão, o calvo respondeu que "no cinquenta e dois a única pessoa que lá mora é a Sara uma senhora com oitenta e cinco anos, viuva, que recebe a visita do filho todos os dias e que já não vem a este café porque se encontra acamada vai para quatro anos". Paguei e saí para a rua a assobiar a Portuguesa. O sol já tinha despontado.

quarta-feira, novembro 24, 2004

FEELINGS

Hoje sinto-me bem. E se me perguntarem o porquê de assim estar, responderei que não tenho razão, ou razões significativas que expliquem tal estado. Porque, não sei se já repararam, não nos sentimos assim "tão bem" muitas vezes no decurso da nossa vida (claro que há casos e casos mas estou a generalizar como devem entender...) de tal modo que sejamos nós próprios a tomar a iniciativo de o afirmar: «hoje sinto-me bem!», porque a verdade é que não dizemos tal frase muitas vezes e decerto que não é por esquecimento. Se bem repararem, fazemos mais afirmações diárias de índole negativa que de sinal contrário. Talvez porque o luso-fatalismo que vamos herdando de geração em geração nos remeta para aí...ou porque também este país eternamente adiado não nos desperte muitas e boas sensações.

De qualquer modo, hoje, ainda não me sinto totalmente recuperado de uma gripe que me atacou faz quase uma semana; não tive notícia que qualquer familiar mais abastado me vá declarar "herdeiro único" de muitos e profusos bens que detém -nem tão pouco tenho esses tipo de familiar...-; o meu saldo bancário dificilmente o vejo sem o apoio de uma lupa; sou adepto de um clube cujos níveis de exibições e resultados, não pressagiam nada de bom até final da época; os bens de consumo de primeira necessidade aumentam a um ritmo de tal modo, que a alguns, passei a catalogá-los de "artigos de luxo...Não vou continuar esta maçadora e infindável lista de preocupações que são um facto. Mas na verdade, e sem qualquer razão aparente, palpável, ...hoje sinto-me bem. Sintam-se vocês também e intés!!

segunda-feira, novembro 22, 2004

TURISMO ACIDENTAL

Turista acidental que se preze, viaja todo o ano. Daí o meu conselho de hoje: conheça outras terras, outras gentes e outros costumes apesar de saber que a temperatura vai baixar ainda mais nos próximos dias e que este sol (dito de São Martinho) que nos visita ainda esta manhã, não é eterno e vai mesmo para outras paragens sendo substituido pela chuva que faz falta à agricultura e a outras coisas que não vêm agora á colação.

Posto isto, sugeria-lhes a visita a uma cidade que decerto dentro de muito pouco tempo vai "estar na moda". O Laranjeiro. Exclamarão os mais doutos e avisados nestas coisas da geografia que o Laranjeiro ainda não é uma cidade! E replicarei eu que é verdade; ainda não é "agora" mas vai ser "amanhã"! E porque eu sei que o progresso cada vez se constrói mais rápido e sou testemunha ocular do processo, está fundamentada a minha classificação urbana por um lado, por outro estou a oferecer-lhes dicas para tal viagem "em tempo sossegado" pois não faltarão hordas de visitantes de todas as nacionalidades raças e credos a desembarcarem no Laranjeiro originando os naturais incómodos que o turismo de massas proporciona em regiões muito reclamadas nas agências de viagem.

Dezembro será a melhor altura para chegarem. O frio e a chuva são elementos vitais para se apreciarem as condições em que os habitantes percorrem as ruas da "cidade" sem qualquer tipo de protecção que se observam noutros locais urbanos europeus (as palas construidas nos edificios com comércio são uma constante) mas que aqui são enfrentadas com grande espírito desportivo e com um sorriso nos lábios. Por essa altura, também as obras do "metroligeiro" estarão no seu ponto alto e com a ajuda do tempo os transeuntes demonstrarão aos visitantes porque são considerados das populações mais equilibristas da Europa. Poderá ainda o visitante assistir ao vivo à queda de um popular num buraco das ditas obras se houver quem se voluntarize para tal. É um espectáculo inolvidável, garanto. Ainda no que concerne a estas obras, o visitante vai ter de se adaptar a fazer longas caminhadas a pé (o que faz muito bem à saúde...)uma vez que os transportes serão cada vez mais reduzidos e as faixas de rodagem que sobram (uma para cada sentido) não chegam para os naturais quanto mais para os turistas...

É célebre a largura dos passeios no Laranjeiro, na principal avenida. O visitante, se apanhar uma nesga de sol, pode perfeitamente "plantar" uma toalha de banho e um chapéu e bronzear-se. Terá no entanto de consultar o calendário pois dias haverá que o comércio ilegal assenta arraiais em alguns destes espaços e nada nem ninguém dali os retira, sendo no entanto mais outro espectáculo a não perder pois das abóboras aos casacos de malha , das cuecas para senhora aos tomates para salada, tudo ali pode encontrar. Um dia, esta zona será tão conhecida como o mercado de Marraquexe. O turista também ficará admirado com a ocupação de veículos automóveis usados, para venda, em espaços que deveriam ser propriedade dos peões. Pode fazer-se fotografar junto dos vendedores que costumam estar de cadeirinha...simpáticos e bonacheirões.

No que se relaciona com o meio ambiente, o visitante pode admirar os imensos "espaços-maduros" (brilhante concepção e resolução paisagística na malha urbana e o contrário de espaços-verdes...)onde todos se poderão sentar (no chão) sob frondosos postes de electricidade. Um dos raros espaços-verdes ainda existente funciona neste momento como casa -museu e pode visitá-lo se jogar uma partida de sueca. A construcção é muita e recomenda-se. Disse um arquitecto (do qual não me ocorre o nome) que é mais fácil ordenar um padre que uma cidade. A "cidade" do Laranjeiro não me parece nada católica nesse aspecto...Estes são os principais aspectos turísticos de um roteiro que não se fica por aqui. Mas não se deve dizer tudo; ao turista deve ser dado espaço de descoberta,não ´concordam comigo?





sexta-feira, novembro 19, 2004

A ESCOLHA DIFICIL

A manhã de hoje nasceu gloriosamente
azul;
amanhã de manhã, espero que também
que é assim que gosto e me dá prazer.
na manhã de amanhã se o mesmo não se
passar
passarei a amar apenas, o entardecer,
que se lixem as manhãs mais as suas
manhas
a quererem confundir-me com descabidas
patranhas,
invernosas, geladas, de horas em fuga
sempre a contar.
e se o entardecer usar os mesmos
estratagemas,
haverei de manietá-lo com um par
de algemas.
Assim, definitivamente, amarei a noite.
Aqui em letra de forma lavro o meu pensamento;

Depois, a tempo, informarei data do casamento.



Este poema, de raiz metereológica-ó-surrealista é uma homenagem à NIA (http://nia7.blogs.sapo.pt) que aqui costuma vir dialogar com o pessoal e que hoje é pequenina, faz anos, aniversaria e por aí fora. PARABÉNS NIA!!...e intés!!











quarta-feira, novembro 17, 2004

HORA de PONTA

Não imaginem os mais ousados, pelo título, que este artigo trata de literatura para adultos "com sérias reservas". Perceberam bem. As "sérias reservas" tanto se podem aplicar aos adultos como à literatura que nestas coisas é preciso explicar tudo muito em pormenor para não deixar rabos de palha nas traseiras do texto e dar ensejo aos mais destemidos que comentem tal artigo com frases de "bola vermelha" e me manchem a prosa´e a reputação moralista. O verbo manchar funciona aqui como mero simbolismo (mais um aviso à navegação de mente mais perversa), pois que pretendo manter este sítio arejado e sem mácula, sem ter me socorrer de uma dessas lavandarias que para aí pululam, género "das cinco às nove" ou das "oito às onze"...

As horas de ponta não são assim, aquelas a que estamos dispostos a tudo para gozar um pedaço com o parceiro (ou parceira). Gozar no bom sentido da palavra, pudera!, ou seja o mesmo que brincar, divertir, sorrir, por mor da palavra escrita e do diálogo que daí advém sem conotações pontuadas pela luxúria ou pela maldicência desbragada em que bastos portugas são useiros e vezeiros pois que conversa sem uma anedota porca perde todo o interesse e remete os dialogantes para outras paragens...menos inóspitas. É "dos livros" e dos estudos sociológicos que português que esteja sem falar de sexo mais de uma hora, precisa urgentemente de uma consulta psiquiátrica.

As horas de ponta que aqui trato, são, finalmente as horas que...
Lamento imenso, mas por absoluta falta de tempo não poderei terminar este texto. Da minha janela, constato que a fila que se estende da Cova da Piedade em direcção ao tabuleiro da Ponte sobre o Tejo é imensa e devo de sair de imediato, pois tenho de estar em Lisboa às doze horas... que já não devem ser as de hoje...E não é hora de ponta. Intés!!

segunda-feira, novembro 15, 2004

NAVEGAR

Se bem me recordo, em meados deste ano escrevi quaquer coisa sobre uma viagem por mar. Já não me recordo exactamente qual o pretexto ou fundamentos -nem pretendo voltar atrás no tempo para lembrar o que já passou-, mas a verdade é que senti de novo a necessidade de contacto com a imensidão dos oceanos, a vastidão líquida que cíclicamente assalta a mente lusa (não pensamos só no tintól, qué que pensam!) quem sabe se por via dos notáveis feitos de quinhentos; é assim a modos como que um chamamento. Sem pretender ironizar com a desgraça alheia e ao contrário do que se afirma, a maior parte dos afogamentos nas práias portuguesas, deve-se à tal "chamada" e lá vai um cidadão atrás "daquilo"... que nem pára no Samouco!; vai dar ao Índico a maior parte das vezes arrastado pelas correntes...Culpam-se as sereias de tais actos tresloucados; não concordo, pois tive oportunidade de falar com uma delas (sereia) a época balnear passada que me relatou e confirmou que já viu passar por ela alguns portugueses, nadando velozmente e nem um olhar para o seu rabinho...Isto no que toca aos machos e que a deixa bastante confundida. Já as mulheres aspirantes a afogadas por vezes perguntam-lhe se vão no caminho certo...para nenhures. Mas...lá estou eu a afastar-me do assunto que era o da...de que é que eu estava a falar?!...Ah! das viagens de barco, pois...

Portanto, penso estar na altura certa e propícia para me "fazer à água". Nem preciso de um daqueles monstros enormes, quais cidades ambulantes, com piscinas e cinemas, centros comerciais e espectáculos musicais; ou de um iate luxuoso para sentir a brisa fresca e revigorante da àgua e os cardumes de peixes saltadores a passarem-me rente ao nariz e o azul marinho imenso a impelir-me sempre em frente, dedo apontado na direcção da proa, arrostando com tempestades assustadoras ou a monotonia do mar-chão, qual Eanes, Gama ou Perestrelo, oferecendo "novos mundos ao mundo". Basta-me apenas embarcar aqui, deste lado, no cacilheiro e ir até ao Cais do Sodré para assim aplacar a minha sede de aventura marítima. Amanhã faço isso, garanto! Intés!!

sexta-feira, novembro 12, 2004

DA VIDA para ALÉM da MORTE (3)

Espero que se encontrem bem de saúde "aí por baixo" que eu "cá" vou andando às voltas com os meus amigos defuntos animados e prezenteiros e com um ditado na boca que por "aqui" se usa por tudo e por nada: "a morte é apenas o fim da vida; que o início do nada, começa agora!". Ainda não consegui decifrar em pleno o significado de tal frase porque o tempo "aqui" é escasso para conseguir ver e apreender tudo o que se vai desenrolando à minha volta e que não deixa de ser surpreendente ("um admirável mundo novo" como diria Aldous H.e que ainda não tive o prazer de encontrar por "aqui"...). Mas retomemos o fio à meada.

"Aqui" não se trabalha, nem o verbo consta em qualquer gramática local. É assim, o local ideal para muita gente que conheço, mas que não abdica de...estar vivo.Assim sendo não existe a figura de administrador ou de patrão. Nem tão pouco sindicatos, manifs, greves e afins relacionados com o labor de cada um; "aqui" não se gastam os neurónios nem se transpira por via do exercício laboral. Também não há fins-de-semana, feriados ou férias. De férias estamos sempre e o tempo está por nossa conta. O tempo é sobretudo utilizado para comunicar. A converseta é o grande passatempo do pessoal. Quem chegar "aqui" e não seja amigo de dar à língua, passa por uma estação de reciclagem e sái de lá a falar pelos cotovelos.Até os mudos...

O problema da habitação também não se coloca no "além". Os mortos não dormem, não comem, não defecam, nem têm problemas com a continuação da espécie...o que resolve milhentas situações económicas e ambientais; limitam-se a andar e a falar, o que já não é nada mau para a sua condição de defuntos. Não existe por isso privacidade (aí "em baixo" normalmente defendida por quatro paredes para os mais pobrezinhos e duplexs para os mais abastados) e ninguém se chateia com isso pois nada se faz ou diz de inconveniente ou incómodo para os olhos e ouvidos de outrém. Ah! e outra coisa não menos importante: por "aqui" anda tudo nú; sem vergonhas ou complexos. O corpo (a matéria) deixou de ter qualquer importância ou sentido. E com esta "parte" é que eu embirro!...por isso quero ver se apanho uma oportunidade e me raspo o mais rápido possível, para o vosso convívio. Bom fim de semana e intés!!

quarta-feira, novembro 10, 2004

DA VIDA para ALÉM da MORTE (2)

Vocês nem queiram saber! Afinal "esta história" do "além" tem bastante que se lhe diga e muito francamente não recomendo a ninguém uma "viagem" até estas paragens pelos motivos que a seguir descrevo. Claro que esta é a minha visão das coisas e não pretendo dissuadir seja quem fôr, porque sei que há sempre uns maduros prontos a iniciarem aventuras radicais apesar dos riscos que se correm e dos avisos que se deixam...mas isso é lá com eles.

Quando aqui cheguei -totalmente morto, que é a única forma legal de cá aportar e com certidão de óbito nas unhas...-, um facto insólito me deixou logo preocupado; não havia buracos nas ruas nem carros estacionados em cima dos passeios! Já me estão a ver aborrecidíssimo por não ter de ser atirado para o meio da rua e me enfiar de seguida num buraco e partir uma perna...E já que falo de carros, devo dizer que não existem transportes colectivos nem transportes de qualquer espécie. Queremos visitar um morto, amigo ou conhecido e vamos (ou somos?!) teletransportados!!; vocês pensam que isso é uma boa, que é finalmente o must da tecnologia...qual quê?! Ao fim de uns dias já estamos carecas de "andar" naquilo e saudosos de conduzir no trânsito caótico da cidade, dizer uns valentes palavrões, levar com um polícia em cima, chegar a casa tardíssimo e por adiante. Ah! Já que estou com a mão na massa: não há polícia. Aqui, cada um é polícia de si mesmo. Admirados? Pois é verdade. Um cidadão pega num jornal e não lê notícias de assaltos, violações ou assassínios (também se o pessoal que cá anda está morto...)e a verdade é que anda tudo muito cívicamente controlado. Tenho uma teoria para isto: para quê um fabiano meter-se em apertos e ter o azar de morrer..outra vez?. E mais uma coisa, não menos importante: o unico jornal que há por aqui não é controlado pela Média-Capital, nem o Rebelo de Sousa é colunista! Tenho outra teoria para o facto: o sujeito ainda não esticou o pernil...

O problema da saúde também aqui não se põe. Centros da dita (saúde) hospitais ou farmácias é coisa que bem podemos procurar que não encontramos. Perguntarão vocês «então como é que o pessoal se arranja quando está doente?!» e responderei eu pacientemente com outra pergunta: «alguma vez um morto pode adoecer?!». E desta área salto logo para outra bem diversa mas que sei do interesse geral (ou quase...); Se por aqui se disputa algum campeonato (ou liga) de futebol. Não, não se disputa e penso que na actualidade é na verdade a única coisa que me deixa mais ou menos descansado porque já me chegou aos ouvidos o que se passou aí "por baixo"; o Sporting não tem aqui nenhuma filial...felizmente. Nem o Benfica. Por hoje já chega de notícias aqui do além. Sexta-feira volto. Tá? Intés!!

terça-feira, novembro 02, 2004

A QUEM INTERESSAR

Na qualidade de herdeiro universal dos bens que o meu tio Porquinho Bertus da India me legou e onde se inclui este blog, devo informar que o mesmo (blog) só será reactivado a partir do próximo dia 10 (dez) do corrente mês, espaço de tempo necessário para tratar de formalidades diversas após o passamento do meu falecido tio.
Assuntos de carácter urgente serão encaminhados para a embaixada Indiana em Lisboa, Rua da Esperança em Dias Melhores, 45-8º, 1890-920 LISBOA.

O sobrinho Porquinho Bacurus da India.
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